Trata-se da ativação de um plano estratégico civil-militar para garantir o plano de ordem interna, e assim surpreender um suposto golpe de estado que pode ser animador. Destaca as Forças Armadas para controlar manifestações com incorporação de civis, criando um contexto perigoso para a violação sistemática dos direitos humanos na Venezuela.
A implementação do Plano Zamora aumenta a magnitude do conflito dentro da Venezuela por meio de um mecanismo bélico de comparação que mina o exercício do direito à manifestação pacífica.
A filosofia deste plano é derrotar um inimigo interno com a lógica da guerra, utilizando não só a força armada tradicional para enfrentar esse inimigo, mas também o novo componente que são as milícias e as “organizações do Poder Popular” que significa, utilizam setores da população para fazê-lo de diversas formas, seja por trabalho de inteligência, confronto direto sem armas, e confronto com armas, este último por meio de grupos paramilitares.
O Plano Zamora é uma extensão dos poderes extra-constitucionais presentes no chamado “Decreto Estadual de Exceções e Emergências Econômicas” que institucionaliza o discurso da guerra para combater a chamada “guerra econômica” - e fornece funções de segurança cidadã aos civis. É um plano que representa um risco maior para a situação dos direitos humanos no país e pode levar o conflito a níveis consideráveis. Tudo parece indicar que, diante das demandas sociais e políticas, o governo de Nicolás Maduro optou por reprimir cada vez mais, sem se preocupar com o número de vítimas deixadas por essa política repressiva.