Autonomia é entendida como a “capacidade de uma entidade de dar sua própria ordem, de ser dona de si e de gozar de livre arbítrio, capaz de se expressar numa forma de vida que nasce de si mesma”. Em outras palavras, autonomia é a capacidade do indivíduo de se autogovernar, ou seja, de decidir, tomar decisões, dirimir dúvidas, chegar a uma solução, sem a opinião ou permissão de terceiros.
Do ponto de vista educacional, a faculdade de autogoverno significa que a pessoa atingiu tal grau de maturidade, que sabe se comportar na vida por si mesma, sem a necessidade de recorrer aos outros em todos os momentos por insegurança, para a comodidade de receber tudo elaborado e claramente definido, ou porque ninguém o orientou para resolver seus problemas com seus próprios recursos.
Mas a autonomia não é uma faculdade alcançada de uma só vez. Está em construção permanente e vai desde uma “heteronomia, uma moralidade eminentemente adaptativa ou reprodutiva, que se constrói a partir das orientações morais da sociedade, incorporando permanentemente elementos socioculturais, até à autonomia real de consciência que permite, em função desses elementos, desenvolver projetos éticos claramente pessoais e originais ”.
A autonomia docente deve ser entendida como a emancipação das dependências ideológicas, das limitações impostas à prática cotidiana, da análise crítica das demandas sociais. Negar a autonomia dos professores vai contra a qualidade e equidade educacional, pois é o professor que se depara com determinadas situações da sala de aula no dia a dia, em um contexto único, e é ele quem deve decidir, sobre o quê e como ensinar.
No modelo profissional reflexivo, a autonomia aparece como uma responsabilidade, considerando os diferentes critérios. O julgamento profissional conversa deliberativo reflexivo e busca de compreensão, sem um padrão fixo vem após a ação. A autonomia surge no contexto das relações professor- aluno e professor. Nesse sentido, afirma Keller, não se trata de um estado de separação, mas de uma relação dinâmica.
A autonomia deve ser entendida como a emancipação das dependências ideológicas, das limitações impostas à prática cotidiana, da análise crítica das demandas sociais.
Podemos concluir que a necessidade do ensino da autonomia decorre da demanda social pela necessidade de se criar um espaço social de crítica e evitar o controle progressivo para a defesa de certos valores sociais democráticos. O professor deve aceitar o conteúdo, pois não pode ensinar nada, o que não permitiria a aprovação dos alunos em escolas ou mesmo em cursos, mas pode adaptá-los às necessidades de seu grupo e decidir democraticamente as estratégias pedagógicas que se adaptem a esse determinado grupo. A autonomia exige um alto grau de responsabilidade e compromisso social.