Humanidades

O que são ciências do espírito? »Sua definição e significado

Anonim

As ciências do espírito são aquelas que permitem ao ser humano conhecer-se melhor estudando o que o torna único. Se toda ciência se caracteriza por proposições que passam de hipóteses a leis universais, as proposições de ciências desse tipo segundo Dilthey são: fatos (caráter histórico), teoremas, julgamentos e normas (elemento prático).

Wilhelm Dilthey, em sua Introdução às ciências do espírito (1883), segue a base filosófica das ciências do espírito, incluindo aquelas cujo objeto de estudo é história, política, jurisprudência, teologia, literatura ou a arte. Ou seja, são as ciências que têm como objeto a realidade histórico- social.

Embora perca uma discussão sobre os fundamentos dessas ciências, semelhantes às que existem nas ciências naturais, determina que a origem das ciências do espírito se deve a exercícios de funções sociais; gramática, retórica, lógica, estética, ética, jurisprudência e outras disciplinas surgem porque o indivíduo toma consciência e reflete sobre sua própria atividade.

Ao mesmo tempo, ele afirma que a compreensão da existência humana não pode ser simplificada para a enumeração de algumas representações intelectuais. Desse ponto de vista, Dilthey, como defensor das ciências do espírito, se opõe claramente ao intelectualismo de Kant em sua Crítica da razão pura.

A separação das ciências da natureza e do espírito não significa estabelecer uma maior importância uma sobre a outra, mas sim aplicar o método adequado a cada campo de estudo sem distorcer a sua essência. As ciências do espírito são as ciências humanas através das quais este filósofo pretende fundamentar a análise do percurso histórico e da entidade da sociedade.

Para que as ciências do espírito alcancem validade, elas devem se reconciliar com a tradição, admitindo-a como fonte da verdade, mas sem pretender fazê-lo de forma científica. Os modos de conhecimento que servem de modelo da verdade produzida pelas ciências do espírito são, segundo H.-G. Gadamer, a compreensão do passado e a interpretação da obra de arte, dois processos que não se reduzem à ciência moderna.