O desconstrucionismo é um pensamento que critica, analisa e revisa fortemente as palavras e seus conceitos. O discurso desconstrutivo destaca a incapacidade da filosofia de estabelecer um piso estável.
Pode ser entendido como a generalização do método implícito de análise da história da filosofia de Martin Heidegger, postulado por Jacques Derrida, que se baseia em conceitos históricos e acumulações metafóricas (daí o nome desconstrução), mostrando que o claro e o óbvio estão longe se for, já que as ferramentas da consciência nas quais a verdade deve ser dada são históricas, relativas e sujeitas aos paradoxos das figuras retóricas da metáfora e da metonímia.
O termo desconstrução é uma tradução proposta por Derrida para a Destruição Alemã, que Heidegger usa em seu livro Ser e Tempo, na medida em que ele não está tão preocupado, dentro da desconstrução da metafísica, da redução ao nada, quanto para mostre como ela caiu. Em Heidegger, a destruição leva ao conceito de tempo; ela deve assistir em vários estágios sucessivos a experiência do tempo que foi percorrida pela metafísica, esquecendo o significado original do ser como um ser temporário.
Derrida traduz e recupera por si mesmo a noção de desconstrução; compreende que o significado de um determinado texto (ensaio, romance, artigo de jornal) é o resultado da diferença entre as palavras utilizadas, uma vez que não é a referência às coisas que representam; é uma diferença ativa, atuando em todos os sentidos de cada palavra que se opõe, de uma forma análoga ao significado diferencial de Saussuriano na linguística. Para marcar o caráter ativo dessa diferença (em vez do caráter passivo da diferença em relação a um julgamento contingente do sujeito), Derrida sugere o termo de différence, uma espécie de 'différance' do radical da palavra que combina a diferença e o particípio presente doverbo "diferir". Em outras palavras, os diferentes significados de um texto podem ser descobertos decompondo a estrutura do idioma em que foi escrito.
A desconstrução é um método fortemente criticado, principalmente na França, onde está associada à personalidade de Derrida. Seu estilo, muitas vezes opaco, obscurece a leitura de seus textos. No entanto, a desconstrução oferece uma visão radicalmente nova e grande força na filosofia do século XX.
A desconstrução não deve ser vista como uma teoria da crítica literária, muito menos como uma filosofia. A desconstrução é realmente uma estratégia, uma nova prática de leitura, um arquipélago de atitudes em relação ao texto. Investiga as condições de possibilidade dos sistemas conceituais da filosofia, mas não deve ser confundida com a busca das condições transcendentais de possibilidade do conhecimento. A desconstrução revisa e dissolve o cânone em uma negação absoluta do significado, mas não propõe um modelo orgânico alternativo.