Feticídio é a interrupção do desenvolvimento de um feto quando se determina que seus órgãos sexuais são femininos. O consenso geral em torno da prática do feticida estabelece seu rápido crescimento desde o advento dos aparelhos de ultrassom, por permitirem o conhecimento prévio do fenótipo sexual.
Em 1990, Amartya Sen escreveu um artigo intitulado “Mais de 100 milhões de mulheres desaparecidas” 1, referindo-se à ausência de um número tão grande de mulheres no continente asiático e apontando o infanticídio e o feticídio feminino como a principal causa desse fenômeno.
Desde então, e apesar do fato de que o feticídio feminino tem historicamente sido presente na realidade desse continente, começaram a estudar em maior profundidade, também argumentando que é, em nossa época, quando o maior desequilíbrio demográfico contra as mulheres foi alcançado. isso poderia ter causado o humano.
Os estudos sobre o feticídio feminino se concentraram na parte asiática do mundo, especificamente na China e na Índia, onde os números demográficos são indicadores claros de sua presença profunda. À luz desses estudos, tentaremos descobrir os fatores explicativos do fenômeno, bem como suas consequências.
A rejeição do feticídio feminino tornou-se, em alguns casos, objeto de tensão ideológica. Existem grupos que defendem o feto de qualquer forma, em alguns casos até utilizando a palavra "feto", visto que, desde o primeiro momento da concepção, está assegurada a existência de um menino ou de uma menina. Noutra área existem grupos que, ao nomearem os defensores da autonomia reprodutiva, afirmam que não devem ser impostos limites a qualquer tipo de interrupção voluntária da gravidez (IVE) por qualquer motivo, para que não condenem o feticídio feminino.
Eles também afirmam que sua realização encontra legitimidade como estratégia de sobrevivência para as mulheres nas sociedades patriarcais, opondo-se a qualquer tipo de visão partidária ou imperialista que diga às mulheres o que fazer com seus corpos.
O feticídio é um fato óbvio: acabar com a vida de um feto humano. Para alguns, é um assassinato e não tem justificativa, já que a vida humana deve ser protegida desde o momento da concepção. Essa posição é rejeitada por aqueles que consideram que suas tradições culturais legitimam o feticídio.