Psicologia

O que é fobia? »Sua definição e significado

Índice:

Anonim

A fobia é um medo ou terror excessivo, irracional, incontrolável e excessivo em relação aos danos que o objeto, pessoa ou situação temida pode causar ao indivíduo que a sofre. Esse medo irracional, que também é considerado um transtorno de ansiedade, faz com que a pessoa afetada entre em pânico, apesar de saber que seu medo é ilógico. No entanto, sempre que ela é exposta a uma situação que produz medo, ela parece impotente para controlar seu medo.

O que é uma fobia

Tabela de conteúdos

Etimologicamente, a palavra "fobia" é derivada do grego "fobos", que significa "horror", pois se refere ao medo desproporcional de algo, que faz o indivíduo paralisar, muitas vezes a algo que representa pouco ou nenhum tipo o perigoso. Quando está muito acentuado, pode até interferir nas suas atividades diárias, como trabalho, estudos, em casa, no ambiente social ou em algum outro.

Esse transtorno, considerado ansiedade, pertence ao campo de estudo da psicopatologia. As fobias foram incluídas junto com as obsessões (perturbação do humor, em que o indivíduo manifesta uma ideia insistente que mantém em sua cabeça tenazmente mesmo contra sua vontade) e delírios (alteração da mente produzida por alguns tipo de distúrbio, que mantém a pessoa inquieta, desequilibrada e alucinada).

Porém, mais tarde eles seriam separados dos delírios, e depois seria considerada uma espécie de neurose, que é aquela doença que se distingue pela presença de algum desequilíbrio no indivíduo que causa certo descontrole em sua mente, sem evidência de qualquer lesão física em seu sistema nervoso.

Para finalizar a compreensão do que é fobia, é necessário citar, além do descrito acima, que o termo também é utilizado para expressar rejeição a algo, sem se referir especificamente a um medo irracional, como é o caso da xenofobia e da homofobia, que se refere a ao ódio de estrangeiros e homossexuais, respectivamente. Da mesma forma, pode significar uma incapacidade de fazer algo, como no caso da fotofobia, que é a incapacidade de tolerar a luz nos olhos devido a algum tipo de condição neles.

De acordo com Sigmund Freud, um famoso neurologista austríaco e considerado o pai da psicanálise, a neurose fóbica é parte do que ele chamou de neurose de transferência e se manifesta como um medo desproporcional de algo, e esse medo é a fobia enquanto tal, embora a neurose fóbica é a atitude do indivíduo diante desse medo.

A origem das fobias

Nestes, o estado de quem sofre é um estado emocional de angústia, em que o medo não o pode justificar, por isso os altera e dá à sua fobia uma interpretação simbólica. Isso levou Freud a colocar as fobias em sua primeira classificação das neuroses como "histeria de conversão" (transtorno mental sem dano físico), à parte das neuroses obsessivas.

Freud definiu duas fases no processo neurótico: a primeira, que é a repressão da libido, transformando-se em ansiedade; e a segunda, quando desenvolve os meios de defesa contra a possibilidade de exposição ao objeto de dita angústia, que exterioriza.

Para o psiquiatra espanhol Juan José López Ibor, a anomalia da vivência é um fator determinante para o desenvolvimento das neuroses, e se deve a uma alteração fundamental do estado de ânimo, em que a ansiedade é o sentimento predominante e está ao alcance do assunto, sem lhe dar tempo para racionalizar a base de seu medo.

Em todos os pacientes fóbicos, o quadro começa com um medo emocional difuso que não está relacionado a nada em particular, então parece que atinge tudo, o que os psiquiatras chamam de pantofobia, que em muitos casos permanece nesse estágio, mas em outros pacientes eles são derivados de outras fobias que tomam forma ou se concentram em algo como consequência de um evento específico.

Na infância, surgem os medos que aparecem entre os 18 e 24 meses de idade, que podem ou não resultar em fobias mais tarde. Na adolescência, as fobias são geralmente temporárias, mas, em alguns casos, evoluem para uma natureza severa. As fobias começam a se formar no indivíduo na adolescência, em média aos 13 anos e, ao contrário das fobias, as mulheres tendem a ter mais fobias do que os homens.

Diferenças entre medo e fobia

Embora uma fobia seja um medo irracional de algum objeto, situação ou outro, o medo em si difere desse transtorno. É natural que o homem tenha um medo coletivo de certas coisas, por exemplo, um desastre natural, um assassino, a própria morte, já que faz parte do instinto de sobrevivência implícito em todos os seres vivos. Também é normal que as crianças desenvolvam medo de certas situações que as façam sentir em perigo, como um cachorro selvagem ou uma tempestade, sem causar uma fobia grave.

Uma grande diferença entre um e outro é que os medos se adaptam à idade e às circunstâncias em que o sujeito está imerso; Em outras palavras, os medos que temos na infância são diferentes daqueles do adolescente e do adulto. Por outro lado, as fobias são pânicos constantes em relação a algo em particular, beirando o irracional e o incontrolável.

1. Medo

  • Não afeta o desenvolvimento do indivíduo em suas atividades diárias.
  • É uma reação natural a algo que representa um perigo ou ameaça real.
  • Existem medos normais que não requerem tratamento de nenhum tipo.
  • Os medos podem desaparecer normalmente.
  • É um medo infundado e natural.
  • Pode estar enraizado em alguma experiência vivida ou observação diante de tal perigo.
  • Muitas vezes é temporário.
  • Pode ser compreensível para outras pessoas.
  • Pode ser um confronto, mesmo que seja difícil de fazer.
  • Eles podem não se manifestar fisicamente.

2. Fobia

  • Ele interfere na vida normal do sofredor, paralisando-o em muitas ocasiões.
  • O medo é irracional de algo que não representa um perigo real.
  • As fobias precisam de tratamento e, em muitos casos, de medicamentos para serem controladas.
  • As fobias não desaparecem por si mesmas e tendem a acompanhar o indivíduo em diferentes fases de sua vida.
  • É um medo tóxico e negativo.
  • Sua raiz é mais complexa e simbólica.
  • Se não for tratado com medicamentos, não desaparece por conta própria.
  • Só faz sentido para quem sofre dessa fobia.
  • Tentar enfrentá-lo sem supervisão médica pode desencadear ataques de pânico.
  • Eles causam manifestações físicas, emocionais e psicológicas.

Causas de uma fobia

As causas são diversas e variadas, dependendo do tipo e fase da vida do indivíduo em que se desenvolveu. Os mais importantes podem ser classificados em:

Experiências traumáticas

Na vida, o ser humano está sujeito a vivenciar traumas, que podem ser durante a infância ou a maturidade. Trauma é uma impressão intensa causada por algum acontecimento negativo, que deixará uma marca profunda na pessoa que o sofre e dificilmente será superada. Esta é uma fórmula perfeita para que, caso não consiga superá-la, o indivíduo desenvolva um transtorno de ansiedade, incluindo fobia.

Em crianças, um gatilho para uma fobia posterior pode ser a separação de seus pais e seu processo, a morte ou abandono de um deles ou a mudança de um lugar para outro.

Além disso, bebês que sofrem abuso, provocação, rejeição ou humilhação, maus-tratos, situações familiares, entre outros, podem desenvolver transtorno de ansiedade social. Para um adulto, experiências como ser atacado por um animal, ficar preso ou uma experiência de quase morte podem desenvolver uma fobia específica; ou ter algum traço físico desfavorável, você pode desenvolver algum tipo de insegurança que evolui para um transtorno de ansiedade social.

Princípio genético

Uma das teorias sobre as causas de uma fobia é que ela pode ser hereditária. Algumas pessoas tendem a ser mais ansiosas do que outras e, nesse nível de propensão, alguns cientistas consideram que a informação genética de um sujeito pode estar relacionada a uma fobia, então provavelmente o pai de uma criança com fobia social, também o ter.

Comportamento aprendido

Existe também a possibilidade de a criança, ao observar algum comportamento dos pais, como no caso de uma fobia social ou específica, por exemplo, emular o comportamento, tornando-o seu. Nesse caso, existe uma linha tênue e indistinta entre o comportamento adquirido e a herança genética.

Comportamento instintivo

Outra possível causa de uma fobia está implícita em vários comportamentos do indivíduo. Podem ser introversão, timidez, retraimento ou um alto grau de sensibilidade, o que aumenta o risco de desenvolver e sofrer mais tarde.

No entanto, existem situações que levam uma pessoa normal a obter um comportamento instintivo de protecção lógica perante uma situação alarmante, como é o caso de um acidente de viação ou algum evento de risco como um incêndio. Apesar disso, o sujeito pode se sentir nervoso ou ansioso com esse evento, mesmo que não tenha sofrido diretamente, mas isso cairia no campo dos Transtornos de Estresse Pós-Traumático.

Sintomas de uma fobia

A presença desse transtorno é tão forte que o indivíduo somatiza em seu corpo e tem efeitos de ordem psicológica, que se manifestam em seu comportamento.

Sintomas físicos

  • Taquicardia ou coração muito acelerado.
  • Falta de ar ou respiração anormal
  • Tremores incontroláveis ​​em qualquer membro ou por todo o corpo.
  • Suor excessivo
  • Calafrios.
  • A pessoa cora ou, ao contrário, empalidece.
  • Náusea e dor de estômago, que pode se transformar em diarreia.
  • Boca seca
  • A tontura pode até levar ao desmaio.
  • Dor de cabeça.
  • Aperto no peito.
  • Falta de apetite.
  • Tensão muscular

Sintomas psicológicos

  • A mente fica em branco.
  • Ansiedade, pânico e medo só de pensar no que causa medo, ou sentir-se próximo a ele.
  • Deseja fugir do lugar ou situação.
  • Distorção e desproporção em pensamentos diante do objeto de pânico.
  • Sensação de desamparo diante de não conseguir controlar a situação.
  • Angústia por possivelmente estar envergonhado.
  • Medo de que outras pessoas notem sua ansiedade e o julguem.
  • Auto-desvalorização.
  • Depressão.

Sintomas comportamentais

  • Evitar ou escapar da situação.
  • Voz trêmula.
  • Caretas faciais
  • Rigidez.
  • Dificuldade no desempenho normal das atividades.
  • Em alguns casos, choro desencadeado pelo estresse ou pelo próprio medo aterrorizante.
  • As birras podem ocorrer em crianças.
  • Eles podem tentar se agarrar a algo que lhes dê segurança.
  • Pare de fazer qualquer atividade ou pare de falar com alguém por medo de enfrentar o medo.
  • Evite chamar a atenção em um ambiente com várias pessoas.
  • Episódios de ansiedade antes de enfrentar a situação que causa medo.
  • Retiro.
  • Obsessões e compulsões.

Classificação de fobias

De acordo com o gatilho ou o objeto do medo irracional, existem diferentes tipos de fobias. Mas antes de classificar os principais, é fundamental citar os comuns, que são aqueles que podem causar medo a qualquer sujeito sem representar um caso patológico, como é o caso da tanatofobia (medo da morte), patofobia (medo de doenças), algofobia (medo da dor) ou cocorafobia (medo do fracasso).

Existem também aquelas relacionadas ao espaço físico, como a agorafobia, que é muito importante pela gravidade e frequência clínica, e é o medo dos espaços abertos, sendo esse um tipo de fobia patológica. É considerada a mais incapacitante, visto que o medo de estar sozinho está presente, ou de estar em locais ou situações onde seria impossível pedir ajuda em caso de incapacidade de fazer algo.

Esse medo pode ocorrer em locais públicos, multidões, transporte público, mesmo estando longe de casa.

As outras que são consideradas patológicas podem ser classificadas em:

Fobias específicas

São aqueles em que a pessoa pode sentir extrema ansiedade por algo que representa perigo mínimo ou nenhum perigo. Esse medo está focado em um objeto, um animal ou um determinado lugar. Distingue-se de uma ansiedade que se sente antes de fazer um exame ou falar em público (social), pois esse tipo é mais duradouro, suas reações são mais intensas e seus efeitos podem paralisar o indivíduo em seu desempenho.

A título de exemplo, temos aqueles em que os seres vivos são objeto de medo, como a musofobia (fobia de camundongo ou rato), blatofobia (fobia de barata) ou coulrofobia (fobia de palhaço); medos relacionados a espaços físicos como acrofobia (fobia de altura); medo de certos objetos, como tripofobia (fobia de buracos na pele ou outros objetos, fobia de buracos ou fobia de pontos ou qualquer outra figura geométrica consecutiva e em padrões), hemofobia (fobia de sangue), ou Hipopotomonstrosesquipedaliofobia (termo que ironicamente significa fobia de palavras longas ou de ter que pronunciá-las).

Fobias sociais

Referem-se àqueles que aparecem ao sentir um medo extraordinário diante de uma possível avaliação negativa que os outros tenham em relação ao indivíduo que os sofre. É o medo de ser julgado ao realizar alguma atividade que envolva outras pessoas, ou quando você é exposto a várias pessoas.

É natural sentir ansiedade em relação a determinada situação social, por exemplo, dar um discurso ou sair para um encontro, mas quando a ansiedade ocorre antes de qualquer situação social do dia a dia, em que o indivíduo tem medo de ser julgado pelos outros, então pode-se dizer quem sofre de fobia social. O medo é canalizado para fazer papel de bobo ou não saber como reagir a alguma situação social. Isso pode levar a pessoa a evitar tais situações, afetando sua vida familiar, profissional ou outros ambientes.

Você pode temer uma situação comum, como uma conversa, interagir com um estranho, ir para a escola ou trabalho, manter contato visual, participar de reuniões sociais, comer na frente de outras pessoas, entrar em um lugar onde todos já estão localizados, fazer uma reclamação, entre outros.

Tratamento para fobias

Existem opções terapêuticas ao enfrentá-los, que ajudarão o paciente a conhecer a raiz de seu problema, além de contar com técnicas de controle da ansiedade antes dos gatilhos.

Os mais importantes são medicamentos e terapias especializadas para controlar ou aliviar os sintomas, mas existem outros métodos, como técnicas de relaxamento ou atividade física e exercícios, que podem ajudar a controlar a ansiedade e reduzir os níveis de estresse.

Terapias contra fobia

De acordo com a classificação da fobia, as terapias mais conhecidas são as seguintes:

1. Técnica de exposição.

Consiste no confronto do paciente com a situação que tanto teme, mas é feito aos poucos para que ele controle seus medos. Com essa terapia, busca-se que o sujeito mude a atitude em relação ao que o desencadeia e, assim, assume o controle da situação.

2. Dessensibilização sistemática.

Nesse tipo de terapia, a imaginação do paciente é usada para projetar em sua mente o que causa medo. Se você não consegue controlar a ansiedade causada, a terapia é interrompida e, quando o paciente se acalma, é reiniciada. A ideia é que você resista a isso o máximo possível, até perder o medo.

3. Terapia cognitiva.

Também conhecida como terapia cognitivo-comportamental, é uma modalidade de psicoterapia, na qual o paciente recebe informações relacionadas ao objeto de seu medo. Desse modo, ele se sente confiante, pois o enxerga de outro ponto de vista, com o qual consegue dominar seus pensamentos e sentimentos e não se sentir oprimido por eles. Esta terapia pode ser realizada individualmente ou em grupo e é igualmente positiva.

No caso das fobias sociais, nesta terapia, o paciente é treinado em habilidades sociais, e jogos de personificação são realizados para praticá-las e superar suas fobias sociais e dar-lhes a confiança para interagir com outras pessoas.

4. Métodos de choque.

É um tipo de terapia em que o paciente é exposto direta e violentamente ao que teme, até controlar a ansiedade que o desencadeia.

5. Programação Neurolinguística (PNL).

Consiste na identificação dos três aspectos que compõem a memória do medo (visual, emocional e auditivo), para que a pessoa se desconecte desses aspectos e a fobia não se manifeste. É uma pseudo terapia, pois seus efeitos não foram comprovados cientificamente.

Remédios contra fobias

Às vezes, o uso de medicamentos para controlar as fobias é necessário, pois ajuda a reduzir a ansiedade e os sintomas que elas produzem. Seriam administrados como complemento às terapias, uma vez que os medicamentos não são recomendados para o tratamento, pois não eliminam o problema, embora possam ajudar a reduzir os sintomas.

Há pacientes que suspeitam do uso desses medicamentos, por temerem ser marcados como portadores de transtorno mental.

Alguns dos medicamentos mais comumente usados ​​são os seguintes:

a) Beta-bloqueadores.

Eles bloqueiam a freqüência cardíaca e a pressão alta, palpitações e outros efeitos da adrenalina produzida pelo medo. Seu uso é recomendado apenas em situações específicas para controle de sintomas.

b) Sedativos.

Eles ajudam a relaxar o paciente, reduzindo o nível de ansiedade. No entanto, seu uso não deve ser indiscriminado, pois podem causar dependência.

c) Antidepressivos.

Também chamados de "inibidores", geralmente são prescritos como primeira opção para os sintomas de ansiedade social e agorafobia, embora inicialmente sejam usados ​​em pequena dose até que a dose adequada para o paciente seja atingida.

d) Ansiolíticos.

Eles reduzem o nível de ansiedade rapidamente, embora possam criar efeitos sedativos, por isso são prescritos para uso por um curto período de tempo. Eles podem causar dependência, por isso seu uso não é recomendado para pessoas com problemas com álcool ou drogas.