O termo guta-percha pode ser usado para descrever dois elementos, o primeiro se refere a uma planta pertencente ao gênero do palácios, enquanto o segundo é aplicado para nomear um material elástico de consistência dura que é fabricado a partir da seiva drenado por árvores pertencentes ao gênero acima descrito, sua forma é muito semelhante a borracha, elástica, cristalina e de consistência sólida, em meados do século 19 foi ganhando importância, a tal ponto que até o ano de 1851 estima-se que fossem importados para o Reino Unidos mais de mil toneladas.
Assim como a borracha, a guta-percha é um polímero, porém diferem pelo fato da guta-percha ser um isômero trans, o que a torna menos flexível, outra diferença bastante significativa é o peso molecular, sendo o da borracha maior que 100 mil enquanto que o da guta-percha é de apenas 7 mil.
Antes de a guta-percha ser exportada para a Inglaterra e antes de se tornar o que era, ela era usada pelos povos nativos do arquipélago malaio, para fazer os cabos de certas ferramentas, mais tarde John Tradescant foi quem trouxe à luz ao material durante uma viagem ao Extremo Oriente, onde acabaria por esbarrar na guta-percha em 1656, dando-lhe o nome de " madeira Mazer", mas não foi senão William Montgomerie (soldado médico) que lhe deu utilizações bastante práticas na área da medicina, o que lhe permitiu receber a medalha de ouro da Royal Society for the Promotion of the Arts.
Este material era amplamente utilizado na Inglaterra, sendo utilizado em diferentes áreas, tanto no ramo industrial quanto doméstico, uma das muitas aplicações para as quais a guta-percha era usada, era como isolante de cabos que faziam comunicação com o telégrafo, por estarem submersos, a exploração desse material foi tal que ocasionou sua superexploração a ponto de ser praticamente insustentável, levando ao colapso do seu abastecimento.