Esta é a capacidade reflexiva imediata da mente humana de conhecer seus próprios estados. Do latim introspicere, que significa "olhar para dentro", seu significado etimológico define a introspecção como auto-observação ou observação da mesma pessoa, ou seja, da consciência e dos próprios sentimentos. O ser humano é o único vivente que tem a capacidade de olhar para si mesmo.
A introspecção ou percepção interna é baseada na capacidade reflexiva à qual a mente deve se referir ou estar ciente de seus próprios estados. Quando essa capacidade reflexiva é exercida na forma de memória sobre estados mentais passados, temos a chamada "introspecção retrospectiva"; mas a introspecção pode ser um conhecimento do passado e também das experiências presentes, daquelas que ocorrem juntas e no presente do próprio ato introspectivo.
A introspecção mostra a capacidade de uma pessoa se abstrair do ambiente para se concentrar em si mesma, marcar uma distância e viver melhor. Existe um relacionamento que é permanente ao longo da
vida. Esse relacionamento é o que surge de estar sozinho consigo mesmo.
Não só é importante cultivar o relacionamento interpessoal com os outros, mas também é muito importante ter a capacidade de olhar para dentro de si para melhorar a autoestima, ter autoconfiança, melhorar o grau de compreensão interna, corrigir defeitos e melhorar as virtudes.
No ramo da psicologia, a introspecção é um método pelo qual o sujeito descreve sua experiência consciente em termos sensoriais, afetivos ou imaginativos. Esse comportamento é realizado em interação com o terapeuta, que concorda em observar experimentalmente a atividade do sujeito. É um método fortemente rejeitado e criticado pela psicologia comportamental.
O filósofo e psicólogo Wilhelm Wundt (1832-1920) foi quem desenvolveu a psicologia experimental na qual analisou os comportamentos que podiam ser observados enquanto estados de consciência os abordavam por meio da introspecção ou auto-observação controlada.
Seu método foi baseado nas Ciências Naturais. Podemos citar como exemplo seu estudo do que as pessoas sentiam na presença de um estímulo leve, cujas observações registravam tanto o que podia ser observado (sua reação) quanto o que os sujeitos lhe contavam sobre o que sentiam naquele momento. Isso lhe permitiu distinguir entre sensações e sentimentos. Sigmund Froid também se preocupava em analisar a mente, especialmente o inconsciente, mas usava a associação livre e a análise dos sonhos como métodos. A associação livre pode ser considerada uma forma de introspecção, e consiste em o sujeito dizer o que lhe vem à mente sem qualquer restrição, orientado pelo psicanalista que interpreta essas associações para descobrir o que está "armazenado" no inconsciente.
